ISKCON - Sociedade Internacional da Consciência de Krishna


FAQ

O que é Parampara (sucessão discipular)?

O Parampara, ou sucessão discipular de mestres espirituais no universo.

Para que um mestre espiritual seja autêntico, ele deve estar na sucessão discipular: sua linha de autoridade deve ser proveniente do Senhor Krishna. Às vezes, os pseudo-mestres espirituais criam uma linha de filosofia depois de pressentir, sonhar ou imaginar que eles foram autorizados por Deus ou que eles são Deus. Mas isto nunca é aceito pelos verdadeiros seguidores da tradição vaishnava.

Há quatro sampradayas vaishnavas, ou sucessões discipulares autênticas neste universo. A primeira é a Brahma-sampradaya, ou escola, sucessão do Senhor Brahma, o criador do universo; a segunda é a do Senhor Shiva, o destruidor do universo, chamada a Rudra-sampradaya; a terceira é a de Lakshmi, a Deusa da Fortuna e consorte permanente do Senhor Vishnu, o mantenedor do universo; e a quarta é a dos quatro Kumaras que são encarnações do conhecimento devocional. Conhecimento recebido destas quatro sampradayas é eternamente correto e o levará de volta ao Supremo, ao passo que conhecimento recebido fora destas sampradayas é temporário e não o conduzirá ao destino mais elevado.

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Quem é Krishna?

Por Cetanarahita Dasa

 

Todo Atraente

 

Deus tem ilimitados nomes de acordo com Suas Atividades. Ele é chamado de Devaki-nandana porque aceita Devaki como Sua mãe. Ele é chamado de Nanda-nandana e Yashoda-nandana devido ao Seu relacionamento com Nanda Maharaja e Yashoda, Seu pai e mãe adotivos. Ele é chamado de Partha-sarathi porque foi o quadrigário de Arjuna. Ele é Bhakta-vatsala, amoroso com Seus devotos. Ele é Gopinatha, o Senhor das gopis. Ele é Gopijana-vallabha, o amado dos residentes de Vrindavana. Ele é Avatari, a fonte de todas as encarnações. Ele é Radha-ramana, o amante de Radharani. Ele é Govinda, que dá prazer para as vacas e os sentidos de todos.

Ele é Krishna. De todos os nomes da Absoluta Personalidade de Deus, esse é o mais indicado, pois significa o todo-atraente. Uma pessoa fica atraente devido a sua riqueza, poder, fama, beleza, sabedoria ou renúncia. A Suprema Pessoa possui toda riqueza, toda fama, toda beleza, toda sabedoria e toda renúncia. Portanto Ele é Bhagavan. Bhaga significa “opulência” e van significa “aquele que possui plenamente.”

O Senhor Krishna é mencionado em todas as páginas do Bhagavad-gita como Bhagavan. A palavra Bhagavan denota uma grande pessoa ou semideus, mas todas as autoridades do conhecimento confirmam que Krishna é a Suprema Pessoa. O próprio Senhor afirma isso no Bhagavad-gita e ele é aceito como tal no Brahma-samhita e em todos os Puranas, especialmente o Srimad-Bhagavatam.

 

As Atividades Incomparáveis de Krishna

 

A história Védica do Universo se estende por bilhões de anos. Durante esse período há muitos relatos das vindas de Krishna e Suas Atividades. No Bhagavad-gita, Krishna explica para Arjuna que tanto Ele como Arjuna já “nasceram” muitas vezes. Krishna lembrava de todas Suas atividades, ao passo que Arjuna não. Essa é a diferença entre Krishna, Deus e Arjuna, o homem. O conhecimento e memória de Krishna são ilimitados, mas os de Arjuna limitados por tempo e espaço.

Krishna aparece em um planeta após o outro, constantemente, em diferentes universos (nos Vedas explica-se que há bilhões de universos paralelos). Ele apareceu nesse planeta Terra em Sua forma original pouco mais de cinco mil anos atrás. Ele permaneceu aqui por 125 anos e agiu como um ser humano, mas Suas atividades foram incomuns e sobrehumanas. No livro Krishna, A Suprema Personalidade de Deus, escrito por Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, encontramos os detalhes de Sua vinda, Suas atividades, etc.

 

Deus é Sempre Deus

 

Krishna não praticou a meditação para se tornar Deus. Ele se manifesta como a Suprema Personalidade de Deus sempre, desde a infância. Apesar de Krishna fazer o papel de um ser humano, Ele sempre mantém Sua identidade como a Suprema Personalidade de Deus.

Krishna é a pessoa original dentre todas as pessoas. Krishna Se expande em inumeráveis formas, como Baladeva, Rama, Nrsimha e Varaha (veja Dasavatars). Todas essas formas são o único e mesmo Deus. Não são como nossas formas atuais, que são falíveis. Sua forma é infalível. Minha forma tem um começo, mas Suas múltiplas formas não têm começo nem fim. Krishna está em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele está em Goloka Vrindavana e ao mesmo tempo penetra toda existência. Ele é a pessoa original, o mais velho, mas nunca envelhece, sempre mantendo a aparência de um rapaz de 16 ou 20 anos.

 

O Supremo Engenheiro

 

Krishna é a origem de todas as criações. Tudo emana dEle. No começo não havia Brahma, Shiva, Indra, Sol, Lua, estrelas, etc. Só havia Krishna. Pela vontade do Senhor, tudo emana dEle, é mantido por Ele e volta a Ele no final. E Ele é tão poderoso que Ele nem sequer precisa gerenciar isso tudo pessoalmente. Suas potências inconcebíveis fazem todo trabalho por Ele, por Sua vontade. O engenheiro-chefe responsável por uma obra complicada não participa diretamente da obra, mas conhece todos os detalhes, pois tudo funciona sob sua direção. Ele sabe tudo sobre a obra, direta e indiretamente. Assim também, a Suprema Personalidade de Deus, o supremo engenheiro da criação cósmica, sabe de tudo, mas delega o trabalho para Suas expansões e Seus devotos, na forma de semideuses.

 

Krishna é o Desfrutador

 

Krishna é comparado a raiz da árvore ou ao estômago do corpo. Quando regamos a raiz da árvore, automaticamente nutrimos os troncos, galhos, folhas e flores. E quando levamos comida ao estômago, automaticamente alimentamos todas as demais partes do corpo. Satisfazendo e amando Krishna, automaticamente realizamos o amor universal, unidade e tranqüilidade.

 

Conhecendo Mais

 

Para maiores informações, leia Sua biografia intitulada Krsna, A Suprema Personalidade de Deus, escrito por Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, disponível no site da BBT.

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Quem é a Mocinha (Srimate Radharani) que está com Krishna?

Radha-Krishna

Quando as pessoas vêem uma gravura como a que está reproduzida ao lado, elas costumam perguntar, “Quem é a mocinha que está com Krishna?”. A resposta é que Ela é Srimati Radharani, a potência de prazer de Krishna. Os devotos do movimento da consciência de Krishna tentam humildemente glorificar a Srimati Radharani porque, com Sua misericórdia, pode-se avançar muitíssimo em consciência de Krishna.

 

O Que é a Potência de Prazer?

 

Naturalmente, todos desejam sentir prazer, mas ninguém é totalmente independente para obter satisfação. Para satisfazer nossos desejos, necessitamos da associação às outras pessoas. Costumamos usar a expressão “sentir prazer consigo próprio”, mas nossa satisfação é maior quando estamos em boa companhia. Na verdade, a maioria das pessoas acharia a solidão prolongada praticamente insuportável.

Entretanto, Krishna, o Senhor Supremo, por ser a fonte de tudo, é totalmente independente. Ele é independente em Sua existência, Seu conhecimento e Seu prazer, pois tudo é sustentado por Ele, assim como as pérolas estão ensartadas num cordão.

Por esta razão, Krishna não precisa de coisa alguma ou de alguém. De certa forma, como Ele é tudo, ninguém existe fora d’Ele. Conseqüentemente, quando Krishna deseja ter prazer, Ele expande sua potência ou energia interna que Lhe traz satisfação. Esta potência é uma pessoa. Seu nome é Srimati Radharani.

Radharani não é uma pessoa diferente de Krishna ou, de outra forma, Ela é igual e diferente d’Ele. Como duas pessoas poderiam ser uma, ou como uma poderia ser duas? Um exemplo simples ilustra como isto é possível. O sol não pode existir sem a luz solar, nem esta última pode existir sem o sol. Podemos dizer “O sol está em meu quarto” – mesmo que o sol esteja há milhões de quilômetros de distância -, porque o sol aparece sob a forma de sua energia. Pela mesma razão, a energia (o brilho solar) e o energético (o sol) são simultaneamente um e diferentes. Da mesma forma, Radha e Krishna são iguais e diferentes ao mesmo tempo. Krishna, o Senhor auto-refulgente, é a Personalidade Suprema de Deus, enquanto que Srimati Radharani é Sua energia suprema de prazer. Juntos, eles formam a Verdade Absoluta completa.

 

Quem Pode Compreender Tudo Isto?

 

A especulação mental não nos permite entender coisa alguma sobre Radha e Krishna. Krishna e Suas potências são acintya (inconcebíveis) e ananta (ilimitados). Ele é a própria fonte da mente e, desta forma, está além da mente. A mente limitada não pode compreender a Personalidade de Deus ilimitada. A literatura védica explica isto de forma bastante lógica: “tudo aquilo que transcende à natureza material é inconcebível, pois todos os argumentos especulativos aplicam-se ao mundo material. Como argumentos mundanos não permitem entender as questões transcendentais sutis, não se deve tentar compreender os assuntos transcendentais por meio de argumentos mundanos”.

Quando os intelectuais mundanos comuns tentam explicar ou interpretar a identidade ou os passatempos de Radha e Krishna, a natureza ilimitada de Krishna os confunde e, por esta razão, tudo eles interpretam mal. Assim, algumas vezes eles consideram que Radha e Krishna são semelhantes a um rapaz e uma mocinha comuns do mundo material. Contudo, embora costumem se apresentar como eruditos, eles não sabem o que estão dizendo. Portanto, deve-se evitar por todos os meios as idéias mundanas confusas destes intelectuais estouvados. Se alguém quiser entender Radha e Krishna, deve esforçar-se por compreendê-los ouvindo submissamente o que uma autoridade fidedigna tem a dizer.

A autoridade original sobre Krishna é o próprio Krishna. Todos somos, antes de tudo, autoridades sobre nós próprios e isto também se aplica a Krishna. Além disto, como Ele é ilimitado, ninguém mais pode compreendê-lo plenamente. Arjuna, discípulo de Krishna, confirma isto no Bhagavad-gita:

svayam evatmanatmanam
vettha tvam purusottama
bhuta-bhavana bhutesa
deva-deva jagat pate

“Na Verdade, só você mesmo Se conhece através de Sua potência interna, ó Pessoa Suprema, origem de tudo, Senhor de todos os seres, Deus dos deuses, Senhor do Universo!” (Bhagavad-gita, 10.15.)

Embora Krishna seja inconcebível pela especulação mental, aqueles aos quais Ele se revela podem conhecê-lo. Inicialmente, Krishna deu este conhecimento transcendental a Brahma, o primeiro ser vivo criado. Em seguida, Brahma transmitiu este conhecimento ao seu filho Narada, que o repassou a Vyasa, autor do Bhagavad-gita. Desta forma, o conhecimento foi transmitido do mestre ao discípulo, através de uma cadeia de sucessão discipular, chegando até os dias de hoje. Um mestre espiritual desta linhagem discipular é uma autoridade fidedigna acerca de Krishna. Ele é a pessoa certa, da qual se deve receber conhecimento transcendental.

 

O Que Dá Prazer a Krishna?

 

De acordo com estas autoridades espirituais, Krishna é o reservatório de todo o prazer e, portanto, Ele é todo-atrativo. No entanto, Krishna obtém prazer do serviço prestado por Seus devotos. Este serviço devocional atrai até mesmo a Ele. O próprio Krishna confirmou isto quando falava a um amigo, como está consignado no Srimad-Bhagavatam: “A Suprema Personalidade de Deus disse: Meu querido Uddhava, posso dizer-lhe que a atração que Eu sinto pelo serviço devocional prestado por Meus devotos é incomparável, mesmo que se realize yoga mística, especulação filosófica ou sacrifícios ritualísticos, estudos do Vedanta, prática de austeridades severas ou dar tudo em caridade. Por certo que estas são atividades muito piedosas, mas elas não são tão atrativas para Mim, quanto o serviço amoroso transcendental prestado por Meus devotos”. (Srimad-Bhagavatam 11.12.1.)

Krishna é pleno de seis opulências: beleza, riqueza, fama, força, conhecimento e renúncia. Portanto, nenhuma opulência material pode atraí-Lo. Assim como um milionário não se sentiria atraído se alguém lhe oferecesse alguns poucos dólares, não se pode atrair Krishna simplesmente pela opulência material limitada. No entanto, o serviço devocional puro atrai até mesmo a Krishna. Esta é a excelência transcendental única do serviço devocional.

Srimati Radharani é a personificação do serviço devocional puro. Ninguém pode ser um devoto mais elevado do que Ela. O próprio nome Radharani origina-se do termo sânscrito aradhana, que significa “devoção”. Seu nome é Radharani porque Ela suplanta a todos em devoção a Krishna. Embora Krishna seja tão belo que possa atrair milhões de Cupidos e, por esta razão, também seja conhecido como Madana-mohana, “aquele que atrai o próprio Cupido”, Radharani pode atrair até mesmo Krishna. Por esta razão, Ela é conhecida como Madana-mohana-mohini – “aquela que atrai até mesmo quem atrai o Cupido”.

O mesmo Krishna que não se sente atraído por qualquer opulência material, acha Srimati Radharani irresistível. Certa vez, brincando com as gopis, as vaqueirinhas de Vrndavana, Krishna escondeu-se sob um arbusto, mas por fim elas O avistaram à distância. Em seguida, Krishna transformou-Se em sua forma de Narayana de quatro braços. Quando as gopis se aproximaram e viram Narayana, em vez de Krishna, elas não se interessaram por Ele; apenas a forma original de Krishna com dois braços atraía as vaqueirinhas. Assim, elas prestaram suas reverências respeitosas ao Senhor Narayana e rogaram que Ele lhes desse a graça da associação eterna com Krishna. Em seguida, partiram em busca de Krishna. Entretanto, quando Srimati Radharani passou por ali, Krishna tentou manter seu disfarce como Narayana, mas não conseguiu; ele voltou à Sua forma original de dois braços. Isto ilustra a grande influência do amor transcendental puro de Srimati Radharani.

No Bhagavad-gita, Krishna diz que, a quem se rende, Ele retribui de acordo. Por esta razão, quanto mais Radharani tenta agradar a Krishna, mas Ele deseja dar-lhe prazer, desta forma aumentando o entusiasmo que Ela sente por acentuar o prazer dado a Krishna. Portanto, embora o Senhor seja ilimitado, Ele e Sua potência de prazer estão sempre crescendo. A bem-aventurança recíproca entre o Senhor e Sua potência de prazer está expressa nos passatempos transcendentais de Radha e Krishna, que são descritos detalhadamente no livro Krishna, A Suprema Personalidade de Deus, escrito Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.

 

Amor ou Luxúria – Qual é a Diferença?

 

O intercâmbio de amor entre Radha e Krishna é a essência do amor espiritual. Como Krishna é a origem de tudo, Ele também é a origem do amor. No mundo material, a atração entre rapazes e moças é um reflexo pervertido da relação essencialmente espiritual entre Radha e Krishna. Aqueles que pensam que podem ser felizes por meio do desfrute sexual material não conseguem compreender a relação entre Radha e Krishna; por outro lado, quando ouvimos um mestre espiritual fidedigno falar sobre Radha e Krishna, nossos desejos sexuais materiais desaparecem por completo.

No mundo material, embora alguém possa declarar amor verdadeiro, interiormente o desejo real da pessoa é gratificar os próprios sentidos. Amamos alguém enquanto esta pessoa satisfaz nossos sentidos e, quando este prazer sensual arrefece, junto com ele também vai o chamado amor. Por esta razão, as relações amorosas terminam em separação ou divórcio. Contudo, os devotos puros de Krishna que estão na plataforma espiritual não têm desejos de dar prazer a si próprios. Eles desejam apenas dar prazer ao Senhor Krishna. Isto é amor verdadeiro e perfeito.

Aquilo que conhecemos como “amor” no mundo material na verdade é luxúria, ou desejo de gratificar a si próprio. Este sentimento não tem uma base permanente; hoje em dia, eu amo uma moça, amanhã outra, de acordo com minhas fantasias volúveis. Na verdade, embora um rapaz e uma moça possam trocar de parceiros sexuais com tanta freqüência quanto os cães e gatos, em nosso idioma moderno que estão “fazendo amor” em suas relações sexuais, como se o atrito grosseiro de dois corpos quentes pudesse gerar amor. Falamos de amor com muita facilidade, mas neste mundo material realmente não há amor – tudo é luxúria. A diferença entre amor e luxúria é semelhante à diferença entre ouro e ferro. Ambos são metais, mas sob outros aspectos não têm qualquer outra semelhança.

As almas condicionadas do mundo material geralmente estão equivocadas e frustradas no amor porque tentam obter prazer satisfazendo seus sentidos corporais materiais. Elas não sabem que são diferentes dos seus corpos. O corpo está em constante transformação – da infância para a juventude e daí para a velhice -, mas a mesma pessoa sempre está presente em cada corpo. Ela se identifica como americano ou inglês, judeu ou cristão, homem ou mulher, de acordo com seu corpo, mas a alma não é este corpo. Portanto, não importam os esforços envidados no sentido de tentar ser feliz gratificando as exigências do seu corpo, a pessoa jamais terá êxito. Assim como não se pode satisfazer um pássaro limpando sua gaiola sem o alimentar, não se pode satisfazer os sentidos físicos. Além disto, quanto mais o indivíduo tenta satisfazer os sentidos, mais crescem suas demandas. A indulgência não pode satisfazer seus sentidos físicos, assim como a gasolina não pode apagar um incêndio. Tentar aplacar as ansiedades com a gasolina da gratificação dos sentidos apenas provocará uma explosão. Portanto, ao tentar satisfazer seus desejos materiais de desfrute sensual, a pobre alma condicionada simplesmente intensifica seu desejo, mas não alcança a satisfação. A alma torna-se serva dos sentidos, trabalhando arduamente para satisfazer seus desejos ardentes, que nunca podem ser aplacados. Para encontrar prazer verdadeiro, a alma deve descobrir o verdadeiro amor – e para isto deve amar Krishna. Para sermos realmente felizes, devemos nos dedicar ao Seu serviço devocional.

Este serviço devocional está sob o controle de Srimati Radharani. Ela é a deidade que governa o serviço devocional. Como é muito misericordiosa, os devotos aproveitam-se especialmente de sua natureza bondosa para conseguir servir a Krishna. Na verdade, embora raramente se consiga praticar serviço devocional puro, podemos conseguir isto muito facilmente pela graça de Srimati Radharani.

O Bhagavad-gita confirma que aqueles que são verdadeiramente grandes almas (mahatmas) abrigam-se na energia espiritual (daivi prakrti) de Krishna, ou Srimati Radharani. “Sempre cantando minhas glórias, esforçando-se com muita determinação, prostrando-se diante de Mim, estas grandes almas adoram-Me perpetuamente com devoção” (Bg, 9.4). Este serviço devocional não é uma atividade do mundo material, mas é totalmente espiritual porque está sob o controle direto da energia espiritual de Krishna – Srimati Radharani.

Para prestar serviço devocional, deve-se seguir os passos de Srimati Radharani realizando serviço devocional puro a Krishna, sem qualquer interesse por lucro material. No entanto, não se deve cultivar devoção apenas a Krishna. Ele não está completo sem Srimati Radharani, assim como o sol não está completo sem o brilho solar. Por esta razão, deve-se adorar Radha e Krishna, porque juntos Eles formam a Verdade Absoluta completa.

Na verdade, a devoção a Radharani é melhor do que a devoção a Krishna. Em termos mais exatos, podemos adorar melhor a Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, através de Srimati Radharani, Sua energia de prazer supremo. Krishna afirma no Bhagavad-gita, “Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, uma folha, uma flor, frutas ou água, Eu as aceitarei” (Bg 9.26). Entretanto, em vez de oferecer uma flor diretamente a Krishna, é melhor oferecê-la a Srimati Radharani pedindo, “Minha querida Radharani, por favor, recomende-me a Seu Krishna”. Krishna é o controlador supremo, mas também está sob o controle da devoção pura de Srimati Radharani. Portanto, Krishna também é conhecido como “propriedade de Radharani”. Por esta razão, se alguém consegue agradar a Radharani, pode facilmente agradar ao Senhor Krishna.

Srimati Radharani tem o aspecto de um maha-bhagavata, o mais elevado dos devotos. Desta forma, Ela vê a todos igualmente. Se alguém se aproxima d’Ela com o propósito de servir a Krishna, mesmo que esta pessoa seja a mais caída, Ela imediatamente confere sua misericórdia recomendando esta pessoa a Krishna: “Ó, Krishna, aqui está um devoto. Ele é melhor do que Eu”. Como Srimati Radharani está sempre absorvida em pensar em Krishna, Ela é muito querida por Ele. Por esta razão, a pessoa certamente será bem-sucedida, se tentar chegar a Krishna através de Radharani.

 

Como Podemos Aprender a Servir a Radha e Krishna?

 

Para aprender a servir a Radha e Krishna, primeiro a pessoa deve aproximar-se de um mestre espiritual fidedigno. Krishna tem duas energias – material e espiritual. A energia espiritual é plena de bem-aventurança e conhecimento eternos, enquanto que a energia material causa ignorância, miséria e morte. Embora todos sejamos originalmente espirituais, infelizmente agora estamos corporificados na energia material. Entretanto, devido à ilusão, não nos lembramos da nossa posição original, nem sabemos como voltar ao mundo espiritual. Por esta razão, Krishna desce pessoalmente a este mundo material para nos atrair demonstrando Seus passatempos transcendentais e proferindo a mensagem do Bhagavad-gita para nossa iluminação. Mas Krishna voltou à Sua morada há cerca de 5.000 anos. Isto significa que não podemos mais chegar a Ele? Não. Em sua ausência, podemos abordá-lo por meio do Seu representante, o mestre espiritual.

O mestre espiritual é a encarnação misericordiosa de Deus. Como Krishna é a Suprema Personalidade de Deus, é difícil chegar até Ele. Contudo, como Ele também é muito compassivo e movido por Sua compaixão, Krishna dá poder aos Seus devotos puros para trazer as almas caídas e esquecidas de volta ao lar, de volta ao Supremo.

Srimati Radharani, a contraparte feminina e compassiva do Senhor Krishna, representa Sua natureza piedosa. Por esta razão, o mestre espiritual, que desce compassivamente ao mundo material para o bem das almas caídas, é considerado um representante de Srimati Radharani. Pela misericórdia do mestre espiritual, pode-se obter a misericórdia de Krishna. Não há meios alternativos para se alcançar o sucesso. Sem a misericórdia do mestre espiritual, não se pode fazer qualquer progresso em serviço devocional. Esta é a opinião de todas as autoridades fidedignas sobre a vida devocional.

O mestre espiritual treina seus discípulos de tal forma, que eles possam libertar-se do cativeiro da consciência material, dedicar-se ao serviço devocional e desenvolver gradativamente amor puro por Deus. O mestre espiritual tem a responsabilidade de engajar cientificamente cada discípulo numa atividade prática. Diante dos diversos caminhos disponíveis para alcançar a realização espiritual, precisamos da orientação experiente de um mestre espiritual fidedigno para entender qual deles deve ser seguido para realizarmos progressos reais em direção à meta suprema.

Na era em que vivemos, o processo mais recomendado para atingir a perfeição é cantar o mantra Hare Krishna – Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Krishna e Rama são nomes do Senhor e Hare é o vocativo de Hara, a potência de prazer do Senhor – Srimati Radharani. Como almas espirituais, somos originalmente energia espiritual, mas de uma forma ou de outra caímos neste mundo material de nascimentos e mortes. Contudo, quando nos abrigamos na energia espiritual suprema, Srimati Radharani, voltamos à nossa posição original feliz.

Radharani é a potência que dá prazer transcendental a Krishna. Quando a misericórdia desta potência é derramada sobre uma entidade viva, ela desenvolve amor por Deus e desta forma obtém o prazer mais elevado – e também pode distribuir este prazer aos demais. Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada introduziu este processo de cantar os santos nomes nos países do ocidente e, agora, isto se espalha por todo o mundo. De acordo com suas palavras, “O cantar é exatamente como o choro de uma criança chamando por sua mãe. A mãe Hara [Srimati Radharani] ajuda o devoto a obter a graça do Pai, e o Senhor revela-Se ao devoto que canta sinceramente este mantra”.

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Quais são os Dasavataras - Dez Avataras de Krishna?

 

O 10 Avatares da KrishnaEm sânscrito, dasa significa dez, e avatara significa, literalmente aquele que cruza para baixo, ou seja, aquele desce – que descende ao mundo. Os dez principais avataras (ou encarnações) de Krishna são coletivamente conhecidos como os Dasavataras. O termo “encarnação” engana um pouco, pois literalmente significa aquele que assume a “carne”, o que não é o caso dos avataras de Deus – que vêm ao mundo material em Sua forma original, 100% transcendental. No Bhagavad-gita (4.8), Krishna explica as razões para Sua vinda a esse mundo: “Para libertar os piedosos e aniquilar os descrentes, bem como para restabelecer os princípios da religião, Eu mesmo venho, milênio após milênio.”

 

Os Dasavataras são:

 

Matsya—a encarnação do Senhor Visnhu na forma de um grande peixe. Ele aparece no final da era de Vaivasvata Manu, que ocorreu no final de um dia do Senhor Brahma. (Um dia do Senhor Brahma tem 14 eras de Manu, cada qual com aproximadamente 71 kalpas. Cada kalpa tem 4 Yugas (eras) distintas e dura 4.32 milhões de anos). No final do dia do Senhor Brahma, existe uma inundação geral de todos os sistemas planetários. Durante essa inundação, para proteger Seus devotos, as espécies em geral, e o conhecimento Védico, o Senhor Matsya apareceu. Ele enviou um navio para Vaivasvata Manu e mandou-o amarrá-lo em Seu chifre dourado. Enquanto o guiava, o Senhor Matsya narrou o Matsya Purana, existente até hoje.

 

Kurma— encarnação do Senhor Vishnu na forma de uma grande tartaruga. Vendo-se sendo derrotado por seus inimigos os demônios, os semideuses pedem ajuda ao Senhor Vishnu. Para lhes ajudar, o Senhor Vishnu faz os arranjos para que possam extrair néctar do oceano de leite, com o qual se tornariam invencíveis na batalha. Para que isso possa acontecer, os semideuses e os demônios, que também queriam o néctar, juntam forças para bater o oceano de leite usando a maior montanha do universo, Meru, feita de ouro. Para sustentar a montanha o Senhor Vishnu aparece na forma do Senhor Kurma. Mais tarde os demônios são enganados por outra encarnação de Visnhu, Mohini-murti, e ficam sem o néctar, que é então dividido entre os semideuses.

 

Varaha— encarnação de javali de Sri Krsna. Ele assumiu a forma de um javali para erguer com Suas presas o planeta Terra, que estava afundando no oceano de Garbhodaka. O demônio Hiryanyaksa havia jogado o planeta neste oceano, mas o Senhor o apunhalou com Suas presas e salvou a Terra. (Veja o Srimad-Bhagavatam 1.3.7 e 2.7.1 e Terceiro Canto, capítulos 13, 18 e 19).

 

Narasimha— poderosa encarnação meio homem, meio leão de Sri Krishna. Aqui segue um resumo desse importante avatar:

Hiranyaksa foi morto pela encarnação de Vishnu conhecida como Senhor Varaha. Conseqüentemente, seu irmão, Hiranyakasipu, o rei dos demônios, ficou muito determinado em se tornar o imperador do universo inteiro e se vingar da morte de seu irmão. Por causa de seu grande poder, ele executou muitas austeridades. Esta penitência foi tão severa que perturbou os semideuses. De fato, os semideuses pediram ao Senhor Brahma para pará-lo. O chefe dos semideuses, Senhor Brahma, assim descendeu para pacificá-lo concedendo-lhe uma benção de sua escolha.

"Por favor conceda-me que eu nunca seja morto por nenhuma entidade viva," pediu Hiranyakasipu, "que eu não morra dentro ou fora de nenhuma residência, durante o dia ou noite, nem no chão, nem no céu; que eu não seja morto por nenhuma criação sua, nem por nenhuma arma, nem por qualquer ser humano ou animal naturalmente, que eu não conheça a morte por nenhuma entidade, sendo móvel ou imóvel; que eu não tenha rival; que eu seja o único dominador sobre todas as entidades e deidades superintendentes, e que eu adquira todos os poderes místicos." Depois de Brahma ter concedido a ele todos esses pedidos, Hiranyakasipu muito rapidamente conquistou todos os planetas do universo, e tomou a residência no palácio do Senhor Indra, o rei dos semideuses, forçando-os a se curvar diante seus pés. Ele, ainda, roubava as oblações feitas aos semideuses. Intoxicado fisicamente pelo vinho e mentalmente pelo poder, Hiranyakasipu reinou o universo muito duramente. Durante esta época, sua rainha, Kayadhu, voltou ao palácio de seu esposo e deu a ele, um filho, Prahlada. Ele era o reservatório de todas as qualidades transcendentais pois era um devoto puro do Senhor Vishnu. Determinado a entender a Verdade Absoluta, ele tinha completo controle de todos seus sentidos e mente, ele era muito bondoso com todas as entidades vivas e o melhor amigo de todos. Para respeitáveis pessoas ele se comportava justamente como um servo pacífico, para os pobres ele era como um pai, e para o restante era sempre como um simpático irmão. Sempre muito humilde, ele considerava seus professores e mestres espirituais tão bons quanto o próprio Senhor. De fato, ele era completamente livre de orgulho e que mesmo tendo nascido no meio da riqueza, beleza, e aristocracia. Hiranyakasipu queria criar seu filho como um poderoso demônio, mas Prahlada somente queria aprender sobre serviço devocional ao Senhor Vishnu. Depois de Prahlada ter freqüentado a escola por algum tempo, Hiranyakasipu o tomou em seu colo e afetuosamente pediu, "Meu querido filho, por favor me diga qual seu assunto favorito na escola."

Sem medo, Prahlada disse, "Ouvir (sravanam) e cantar (kirtanam) os santos nomes, formas, qualidades, parafernália, e passatempos do Senhor Supremo; lembrando (smaranam) deles; servindo os pés de lótus do Senhor (pada-sevanam); oferecendo ao Senhor respeitosas reverências e adoração nos seus dezesseis tipos de parafernália (arcanam); oferecendo orações ao Senhor (vandanam); tornando-se Seu servo (dasyam); considerando o Senhor como o melhor amigo (sakhyam); e se rendendo a Ele (atma-nivedanam, em outras palavras, servindo-O com seu corpo, mente e palavras); estes nove processos são conhecidos como serviço devocional puro, e eu considero qualquer um que tenha se dedicado ao serviço ao Senhor Vishnu através desses nove métodos sendo a pessoa mais erudita, por ele ter adquirido conhecimento completo."

Cego de ódio, Hiranyakasipu lançou Prahlada do seu colo ao chão. "Servos! Leve-o daqui e mate de uma vez!" ele gritou. Porém, Prahlada sentou em silêncio e meditou na Personalidade de Deus, e as armas dos demônios não faziam efeito nele. Vendo isto, Hiranyakasipu ficou com medo e planejou diversos modos de matar seu filho. Seus servos lançaram Prahlada por baixo dos pés de um elefante; eles o lançaram no meio de temerosas e venenosas cobras; eles o lançaram muitos feitiços; eles o atiraram de um topo de montanha; eles deram veneno a ele; eles o deixaram com fome; eles o expuseram ao rígido frio, ventanias, fogo e água; eles atiraram fortes pedras para esmagá-lo. Hiranyakasipu então mandou sua irmã Holika queimá-lo, mas ela é quem foi queimada. Mas, apesar de tudo, Prahlada estava simplesmente absorto em pensar em Vishnu, e assim ele permaneceu são e salvo. Hiranyakasipu ficou muito inquieto pensando em qual seria o próximo plano. "Você diz que há um ser superior a mim," disse Hiranyakasipu, "mas onde está Ele? Se Ele está presente em todos os lugares, então por que Ele não está presente nesta pilastra diante a você? Você acha que ele está neste pilar?" "Sim," Prahlada respondeu, "Ele está." A raiva de Hiranyakasipu crescia mais e mais. "Por falar de coisas sem sentido, eu irei cortar sua cabeça do seu corpo. Agora deixe-me ver seu mais adorável Senhor protegendo você. Eu quero vê-lO." Amaldiçoando-o cada vez mais, Hiranyakasipu tomou sua espada, saiu de seu trono, e com grande fúria golpeou primeiro no meio da pilastra. Então, do meio do pilar que ele acabara de cortar apareceu uma maravilhosa forma metade homem, metade leão nunca vista antes. A forma do Senhor era extremamente bela por causa de Seus olhos furiosos, o qual pareciam com ouro fundido; Sua juba brilhante, a qual expandia a refulgência de Sua temerosa face; Seus dentes fatais; e Sua língua afiada como navalha. Senhor Nrsimha então procedeu a batalha com Hiranyakasipu. Finalmente, Senhor Nrsimha capturou Hiranyakasipu o colocou em Seu colo, na porta de entrada de seu palácio. Ele então rasgou o demônio em pedaços com algumas de Suas muitas, muitas mãos e poderosas unhas. A boca do Senhor Nrsimha e juba se tornavam regadas com gotas de sangue, e Seus ferozes olhos, cheios de fúria, eram impossíveis de olhar. Lambendo a margem de Sua boca com Sua língua, o Supremo Senhor, O decorou Ele mesmo com uma guirlanda feita com os intestinos retirados de Hiranyakasipu. Senhor Nrsimha arrancou o coração de Hiranyakasipu e finalmente o lançou aparte e destruiu um exército dos seguidores de Hiranyakasipu. Pela Sua transcendental inteligência, Senhor Nrsimhadeva foi capaz de matar Hiranyakasipu sem contradizer nenhuma das bênçãos dadas pelo Senhor Brahma. A execução não foi nem dentro ou fora, mas na entrada; nem na terra nem no céu, mas no colo do Senhor; nem durante o dia, nem durante a noite, mas no crepúsculo; nem por homem, besta, ou semideus nem por qualquer ser criado, mas pela Personalidade de Deus; e nem por nenhuma arma, mas pelas mãos de lótus do Senhor, aliviando todo o universo das atividades demoníacas de Hiranyakasipu. Tendo sido protegido pelo Senhor, Prahlada Maharaja ofereceu muitas orações ao Senhor com a voz engasgada por amor: "Meu querido Senhor Nrsimhadeva, por favor, por essa razão, permita Sua fúria diminua, agora que meu demoníaco pai Hiranyakasipu foi morto. . . [As pessoas santas] sempre lembrarão da Sua bela e auspiciosa encarnação, para libertá-los do medo. Deste modo, meu Senhor, Você apareceu em variadas encarnações como um ser humano, um animal, um grande santo, um semideus, um peixe ou uma tartaruga, assim mantendo Sua criação em diferentes sistemas planetários e matando os princípios demoníacos." (Veja o Srimad Bhagavatam, 7º Canto, Cap. 1-10).

 

Vamana— encarnação do Senhor Krsna como um brahmana anão. O Senhor Vamanadeva pediu em caridade a Bali Maharaja três passos de terra. Quando o pedido foi concedido, o Senhor Vamanadeva assumiu uma forma gigantesca (Trivikrama) e com dois passos cobriu primeiro a Terra e então o universo inteiro. No terceiro passo, Bali Maharaja ficou então satisfeito de receber o pé de lótus do Senhor em sua cabeça. (Veja o Srimad-Bhagavatam 1.3.19, 2.7.17 e Oitavo Canto, capítulos 20 a 23).

 

Parashurama— a encarnação do Senhor Visnhu na forma de guerreiro. Ele apareceu como filho mais jovem de Jamadagni, para restringir a arrogância ascendente e a ganância dos reis do mundo, os kshatriyas.

Jamadagni era o guardião da vaca celestial, Kamadhenu. Kartavirya, líder dos kshatriyas, desejou esta vaca milagrosa, pois poderia produzir todo o leite que ele desejava. Ele tentou levá-la e para pará-lo, Parashurama o matou.

O filho de Kartavirya vingou a morte de seu pai decapitando Jamadagni. Durante a cremação de Jamadagni, Parashurama jurou andar pelo mundo 21 vezes e matar todos os kshatriyas corruptos, enchendo cinco grandes lagos com o sangue dos guerreiros mortos. (Vide Srimad Bhagavatam, 9º Canto, Cap. 15 e 16).

 

Ramachandra— poderosa encarnação da Suprema Personalidade de Deus como um rei ideal. Ele apareceu na Treta-yuga, mais de dois milhões de anos atrás. Por ordem de seu pai, Maharaja Dasaratha, o Senhor Ramachandra morou na floresta de Dandakaranya durante quatorze anos, junto com sua esposa, Sita Devi, e seu irmão mais jovem, Laksmana. Depois que o poderoso demônio Ravana seqüestrou Sua esposa, o Senhor Ramachandra, com ajuda de Seu fiel servo Hanuman, recuperou-a e matou Ravana e seus exércitos. A história dos passatempos do Senhor Ramachandra é contada pelo sábio Valmiki em seu Ramayana. (Veja também o Srimad-Bhagavatam 1.3.22, 2.7.23-25, 5.19.1-8 e Nono Canto, capítulos 10 e 11).

 

Balarama— a primeira expansão pessoal do Senhor Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. Todas as outras encarnações se expandem dEle. Nos passatempos do Senhor Krsna, Ele atua como o irmão mais velho de Krsna. Juntos, Krsna e Balarama executam muitos passatempos como pequenos vaqueiros na terra de Vrndavana. O Senhor Balarama carrega um arado e uma maça e é conhecido por Sua grande força. (Veja o Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila, capítulo 5, Veja o 10º Canto do Srimad-Bhagavatam ou o livro Krishna - A Suprema Personalidade de Deus.).

 

Buddha— uma espécie de encarnação parcial do Senhor Krishna (mais especificamente um saktyavesa avatar, ou seja, uma entidade viva especialmente dotada de poderes para servir Deus). A principal necessidade do aparecimento do Senhor Buddha foi para conter o mal uso dos Vedas, que descrevem sacrifícios usando animais. Acontece que esses sacrifícios só eram válidos para eras anteriores a nossa atual era (Kali Yuga), que começou há pouco mais de 5000 anos atrás. Antigamente, os animais usados no sacrifício saiam com corpos novos, indicando o sucesso do mesmo. Mas na medida que as coisas se deterioraram, como é típico da era de Kali, as pessoas começaram a usar esses sacrifícios como uma desculpa para matar animais para o simples consumo da carne, algo extremamente pecaminoso. Buddha então aparece para convencer as pessoas que os Vedas não eram mais válidos e que deveríamos praticar ahimsa, a não violência, em especial a não matança de animais para simples gratificação da língua. Além disso Krishna aproveitou para cumprir mais três objetivos com Buddha: 1) novamente enfatizar a necessidade do desapego as coisas materiais, buscando o equilíbrio, sem exagerar com as austeridades, 2) dar uma chance para os ateus ainda compreenderem que o eu verdadeiro, a alma, é eterna e nada tem haver com nosso corpo, reencarnando após a morte e 3) permitir com que os ateus glorificarem Ele, Deus, indiretamente ao glorificarem o Senhor Buddha, que afinal, sendo uma espécie de encarnação parcial Dele, é de certa forma não diferente Dele.

 

Kalki— o mantenedor da religião. O Senhor Kalki aparecerá na casa do mais eminente brahmana da vila Sambhala, uma grande alma Visnuyasa, na conjunção das duas yugas (a atual e a próxima). O Srimad Bhagavatam previu há cinco mil anos atrás que nesta era atual os governantes da terra se degenerariam e roubariam as riquezas do povo.

Senhor Kalki, o Senhor do universo, irá montar Seu veloz cavalo Devadatta e, com a espada na mão, viajará sobre a terra exibindo Suas oito opulências místicas e as oito qualidades especiais de Deus. Exibindo Sua incomparável efulgência e viajando com grande velocidade, Ele matará os milhões destes ladrões que se vestirão como reis.

Depois de matar todos os reis (governantes) impostores, os residentes das cidades irão sentir a brisa carregando a mais sagrada fragrância de pasta de sândalo e outras decorações do Senhor Vasudeva, e suas mentes irão, assim, se tornar transcendentalmente puras. Quando o Senhor Vasudeva, a Suprema Personalidade de Deus, aparece em seus corações na Sua forma transcendental de bondade, os cidadãos restantes irão abundantemente repovoar a terra. Quando o Senhor Supremo aparece na terra como Kalki, o mantenedor da religião, Satya-yuga começará, e a sociedade humana terá progênies no modo da bondade.

Quando a lua, o sol e Brhaspati estão juntos na constelação de Karkata, e os três entram simultaneamente na mansão lunar Pusya—neste exato momento Satya, ou Krta, começará - previsto para acontecer daqui a aproximadamente 422.900 anos. (Veja Srimad Bhagavatam, 12º Canto, Cap.2).

A cultura védica – arte, música, escultura, dança, drama – é rica em reverentes descrições das atividades de Deus. Até hoje podemos ver templos antigos retratando inúmeros avatares do Senhor. Apesar das escrituras Védicas não descreverem todos os avatares de Deus, elas descrevem aqueles que são mais atraentes e importantes. As atividades dos Dasavataras são especialmente atraentes e, assim, são descritas com maior riqueza em livros sagrados, em especial o Srimad Bhagavatam.

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Que é o Pancha-Tattva?

 

Sri Pancha-tattvaSão as cinco verdades ou realidades eternas transcendentais, em oposição as relatividades e ilusões (maya) da existência material temporária.

Panca (pronuncía-se "pantcha") significa, em sânscrito, cinco, e tattva (pronuncia-se tátua) significa verdade ou existência real. No Vaishnavismo Gaudiya, o termo se refere aos cinco aspectos de Deus, ou a Verdade Absoluta, eternamente existentes no mundo espiritual, e que se manifestaram simultaneamente neste mundo a cerca de 500 anos atrás em Sridhama Mayapur, na Bengala - Índia.

São eles Sri Chaitanya Mahaprabhu (de amarelo, ao centro), Nityananda Prabhu (de azul, no centro-erquerda), Advaita Acharya (de branco, na extrema-esquerda), Gadadhara Pandita (de vermelho, centro-direita) e Srivasa Thakura (extrema direita).

Eles divulgaram e espalharam o canto do maha-mantra

Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare

Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

e a prática do serviço devocional (bhakti-yoga) a Krishna por toda a Índia.

 

  • Sri Caitanya Mahaprabhu (pronuncia-se "tchaitania") é o próprio Krishna (a Suprema Personalidade de Deus) que apareceu na Kali-yuga (era atual de desavenças e hipocrisia) para representar o papel de um perfeito devoto de Krishna.
     
  • Nityananda Prabhu é a primeira expansão direta de Krishna (o próprio Senhor Balarama), que adveio junto com o Senhor Caitanya para acompanhá-lo em seus passatempos transcendentais (lila).
     
  • Advaita Acharya é um avatara ("encarnação") de HariHara (ShankaraNarayana), os aspectos combinados do Senhor Supremo como Senhor Vishnu (Criador dos elementos materiais, Superalma do universo e controlador do Modo da Bondade - sattva-guna) e do Senhor Siva (Destruidor dos elementos materiais, Senhor da energia material - Durga - e controlador do Modo da ignorância - tamo-guna).
     
  • Gadadhara é uma encarnação da energia interna (espiritual - em oposição a energia externa, material) de Krishna.
     
  • Srivasa é um devoto puro de Krishna.

 

 No Sri Caitanya-caritamrta (Adi 1.14) o autor oferece os seus respeitos a todos os cinco:


panca-tattvatmakam krsnam
bhakta-rupa-svarupakam
bhaktavataram bhaktakhyam
namami bhakta-saktikam


“Ofereço as minhas reverências ao Supremo Senhor, Krsna, que não é diferente de Seus aspectos como devoto, encarnação devocional, manifestação devocional, devoto puro e energia devocional.”

 

 

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Quem São Os Semideuses?

As escrituras Védicas representam uma concepção consistentemente pessoal do mundo. Em outras palavras, elas assumem que todos os eventos dentro do cosmos, todos os fenômenos naturais, todas as obras dos elementos e dos planetas bem como todas as atividades dos seres humanos estão sendo causadas ou supervisionadas por seres super-humanos inteligentes específicos.

Em sânscrito, esses seres são chamados "devas", e a tradução mais apropriada para o português desse termo seria "semideuses". O dever dos semideuses é encarregar-se de uma porção da administração do universo e assegurar que tudo dentro da manifestação cósmica funcione perfeitamente. Elas são os responsáveis por manter a lei e a ordem dentro do universo. Outro de seus deveres é organizar as reações kármicas individuais e coletivas dos humanos, i.e. sua felicidade e sofrimento de acordo com suas próprias ações anteriores. (A ciência astrológica estuda essas reações como elas são representadas pelas constelações planetárias no momento do nascimento.)

A esse respeito, a visão de mundo Védica corresponde à das culturas avançadas dos antigos Egípcios, Gregos, ou Romanos, bem como às das religiões naturais dos Índios de pele vermelha, os Africanos ou os Aborígines Australianos. A maioria das tradições pré-Cristãs aceita o conceito de assistentes administrativos do Senhor gerenciando os assuntos do Universo.

Alguns exemplos de diferentes semideuses famosos são os seguintes. O Senhor Brahma é o criador do universo e o primeiro ser criado; o Senhor Shiva é o destruidor do universo; Rei Indra é o rei dos planetas celestiais e o controlador do clima; Vayu é o semideus encarregado do ar e dos ventos; Candra é o controlador da lua e da vegetação; Agni é o deus do fogo; Varuna é o senhor dos oceanos e mares; Yamaraja é o deus da morte; e por aí vai. Há milhares de semideuses que estão controlando todas as diferentes atividades dos corpos das entidades vivas e o funcionamento dos elementos.

 

Há Apenas Um Deus

 

Mas ainda, e aqui está a diferença crucial, ninguém pode sustentar que as escrituras Védicas contêm uma concepção politeísta ou panteísta no sentido usual desses termos. No fim das contas, as escrituras Védicas representam uma concepção de Deus puramente monoteísta. Elas claramente estabelecem que acima de todas as diferentes variedades de semideuses, há apenas um Deus supremo que é o criador e mantenedor não apenas dos humanos, mas também dos semideuses e do cosmos inteiro.

Este único, supremo Deus é is certamente descrito e adorado não apenas pela religião Védica ou Hindu, mas por todos os sistemas religiosos autenticamente monoteístas do mundo. Em Sânscrito, Ele tem ilimitados nomes que descrevem Suas incontáveis qualidades e passatempos. Os nomes Sânscritos mais populares de Deus são Krishna, Rama, Hari, Narayana ou Vishnu. Todos eles referem-se à mesma Suprema Personalidade.

É importante entender que Deus não é Hindu ou Cristão, ou Moslem ou Judeu. Deus não é limitado e não está preso a nenhuma tradição religiosa. Deus é Deus, e o variados sistemas de crença são diferentes formas de entrar em contato com esse um Deus. Elas podem diferir em sua abordagem e em sua compreensão da realidade; elas podem também diferir em seus métodos práticos, rituais, regras e regulações, mas na verdade elas pretendem conectar o homem com Deus, e esse Deus é um para todas os sistemas religiosos genuínos. Em Sânscrito, esse único Deus é chamado Krishna ou Vishnu.

É um fato que em diferentes tradições religiosas, Deus é chamado por diferentes nomes (como Yahweh, Allah, Jehovah, Adonai, etc.), e Ele é compreendido e adorado em muitos aspectos diferentes. Mas isso não significa que Ele é inconsistente ou que os vários sistemas de crença contradizem ou excluem uns aos outros. Na verdade, esses fatos não são nada exceto evidência da diversidade e grandiosidade ilimitada de Deus.

 

A Trimurti: Brahma, Vishnu e Shiva

 

Quando falamos sobre a religião Védica e seu conceito de Deus, nós às vezes ouvimos a expressão "trimurti". Literalmente, o termo "trimurti" significa "possuindo três formas", e refere-se às três principais personalidades dentro da manifestação cósmica: Brahma, Vishnu e Shiva.

Desses três, Brahma é responsável pela criação do mundo, Vishnu por sua manutenção, e Shiva por sua destruição no final de cada ciclo cósmico. É importante, no entanto, notar que dentre esses três, Brahma e Shiva são considerados os principais semideuses, ao passo que Vishnu é considerado como o próprio Deus.

As partes esotéricas das escrituras Védicas claramente explicam que a Suprema Personalidade de Deus, que reside em Sua própria morada no mundo espiritual, muito além desta criação material, é chamado Krishna. A forma de Krishna tem dois braços, e para o propósito de criar o mundo material, Ele Se expande na forma de Vishnu, com quatro braços. Esta forma de Deus como Vishnu é responsável pela manutenção da ordem cósmica, e é sob Sua supervisão que as outras duas principais deidades, Brahma e Shiva, realizam suas respectivas obrigações.

O Senhor é descrito como tendo quatro cabeças, e ele é a primeira entidade viva criada dentro de cada ciclo universal. Ele é diretamente nascido do Senhor Vishnu. Sua responsabilidade é criar os vários planetas do universo inteiro, bem como todas as formas de vida específicas nesses planetas. Para esse propósito, ele antes de tudo cria os principais semideuses que, por sua vez, criam mais uma prole para popular o universo. Brahma é assim considerado o pai e criador de todas as criaturas vivas e o chefe de todos os semideuses.

O Senhor Shiva é, além do Senhor Vishnu, provavelmente a deidade mais popular no Hinduísmo. Ele aparece como um filho direto do Senhor Brahma, e ele tem uma variedade de funções e obrigações, e então também uma variedade de nomes. Por exemplo, ele é chamado: Nataraja, "o senhor da dança" (porque, no momento da devastação universal, ele he executa sua dança cósmica para destruir os planetas); Rudra, "o furioso", ou Bhutanatha, "o senhor dos fantasmas e espíritos". Na Índia, ele é freqüentemente adorado em sua forma como Shiva-linga, o símbolo combinado do agente gerador de Shiva, o pai da natureza material, e sua esposa, Parvati, a mãe.

Como com todas as deidades, Brahma, Vishnu e Shiva têm cada um sua própria consorte feminina, em Sânscrito chamada "shakti", ou "energia". Eles também têm seu próprio veículo pessoal ou animal de tração (chamado "vahana") assim como algumas características ou símbolos específicos.

 

Deidade Consorte (shakti) Veículo (vahana)
Vishnu (mantenedor do universo) Lakshmi (deusa da fortuna) Garuda (águia)
Brahma (criador do universo) Saraswati (deusa da sabedoria, do aprendizado e da música) Hamsa (cisne)
Shiva (destruidor do universo) Parvati, também chamada Durga ou Kali (personificação do mundo material) Nandi (touro)

 

Na Índia atual, além de Vishnu e Shiva, são adoradas como as principais deidades principalmente Lakshmi e Durga, bem como o filho de Shiva e Parvati chamado Ganesha (um auspicioso semideus com a cabeça de um elefante).

 

Demais Semideuses

 

Como mencionado previamente, as escrituras Védicas descrevem não apenas as três deidades da "trimurti" e suas respectivas consortes e veículos pessoais, mas também um grande número de várias outras personalidades que são responsáveis pela administração universal. Eles são chamados semideuses, e eles vivem em sistemas planetários acima da Terra (os chamados "planetas celestiais"). Todos eles se consideram servos de Vishnu que, em Seu nome, executam tarefas gerenciais pelo bem-estar dos seres vivos do universo.

Nas escrituras Védicas, nós encontramos a informação de que há 33 semideuses principais e milhões de semideuses e sub-semideuses subordinados, ambos masculinos e femininos. Nós podemos analisar esse panteão Védico nas seguintes categorias:

— Senhores dos elementos (p.ex. Varuna, o senhor dos mares de das águas; Agni, o deus do fogo; Vayu, o senhor dos ventos e do ar)

— Senhores dos planetas (p.ex. Bhumi, a deusa da Terra; Surya, o deus sol; Candra, o deus da lua; Brihaspati, o senhor de Jupiter, que também é o mestre espiritual dos semideuses; Shukra, o senhor de Venus)

— Sábios entre os semideuses (p.ex. Narada, os Kumaras, os Maruts, os Sapta-rishis; Vyasadeva, o compilador dos Vedas)

— Semideuses com funções específicas nos planetas celestiais (p.ex. Indra, o rei dos semideuses, que também é responsável pelas nuvens e pelo clima na Terra; Kuvera, o tesoureiro dos semideuses; os Ashvini-kumaras, os deuses dos tratamentos médicos; Vishvakarma, o arquiteto dos semideuses)

— Semideuses com funções específicas no relacionamento com os seres humanos (p.ex. Yamaraja, o deus da morte e da justiça; Skanda ou Karttikeya, o deus da guerra; Kama, o deus da luxúria)

— Semideuses subordinados (como anjos, centauros etc.)

— Deuses e deusas de montanhas e rios e outros fenômenos naturais

A maioria desses semideuses tem sua respectiva consorte a seu lado e seu próprio veículo pessoal. Nós não podemos nomear a todos, já que isso iria muito além do escopo deste ensaio.

Uma palavra final no relacionamento entre semideuses e os seres humanos: Os semideuses são nutridos pelas oferendas derramadas no fogo de sacrifício pelos humanos e, então, quando eles estão satisfeitos, eles irão retribuir concedendo todas as coisas desejadas ou necessitadas para a sociedade humana. Dessa maneira, os humanos são completamente dependentes dos semideuses com relação a sua saúde, bem-estar, prosperidade e paz.

Claro, todas essas bênçãos também podem ser obtidas diretamente por aproximar-se do "Deus dos deuses", a Suprema Personalidade de Deus. Se alguém se empenha na adoração de Deus, os semideuses, que são eles mesmos totalmente dependentes de Deus, ficam automaticamente satisfeitos e bem-dispostos com relação à humanidade. No Bhagavad-gita, Krishna explica que aqueles que adoram os semideuses recebem frutos que são temporários e limitados. As pessoas na verdade deveriam buscar adorar a Suprema fonte de todos os semideuses, Krishna, mas por serem influenciados por desejos luxuriosos por ganhos materiais, eles adoram os semideuses sem verdadeiro conhecimento.

Portanto, os humanos são geralmente aconselhados por todas as tradições religiosas a respeitar essas personalidades poderosas, os semideuses, e a satisfaze-los engajando-se no serviço à Suprema Personalidade de Deus, Vishnu ou Krishna. Se alguém satisfaz Krishna, a raiz de toda a criação, então todos os semideuses são também automaticamente satisfeitos e fornecem generosamente todas as coisas necessárias à humanidade. Quando a raiz de uma árvore está satisfeita por água, então as folhas e galhos também estão satisfeitos ao receber água da raiz. Similarmente, quando Krishna está satisfeito então Suas partes, os semideuses, também estão satisfeitas. Assim, não há necessidade de adorar os semideuses. Se alguém adorar apenas Krishna, sua vida será perfeita.

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Quem é Srila Prabhupada?

 

Srila PrabhupadaSua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada ficou conhecido no mundo todo como o fundador-acarya da ISKCON - Sociedade Internacional Para Consciência de Krishna. Acarya significa "aquele que ensina através de seu próprio exemplo” e nada poderia definir melhor Srila Prabhupada, como é carinhosamente chamado, que sempre viveu tudo o que ensinou. Como mestre espiritual que fez de "Hare Krishna" uma expressão familiar e como o mais destacado autor e erudito no campo da milenar filosofia, religião e cultura védicas, Sua Divina Graça é referenciado por estudiosos, acadêmicos e religiosos.

Srila Prabhupada nasceu no ano de 1896, em Calcutá, Índia. Ele encontrou-se pela primeira vez com seu mestre espiritual, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Goswami Maharaj, em Calcutá, no ano de 1922. Bhaktisiddhanta Sarasvati, um preeminente erudito devocional e o fundador de sessenta e quatro Gaudiya Mathas (institutos védicos), gostou desse jovem educado e convenceu-o a dedicar sua vida a ensinar o conhecimento védico. Srila Prabhupada tornou-se seu discípulo e onze anos mais tarde (1933) em Allahad tornou-se seu discípulo em caráter formal. No primeiro encontro que tiveram em 1922, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura pediu que Srila Prabhupada difundisse o conhecimento védico em língua inglesa. Nos anos que se seguiram, Srila Prabhupada escreveu um comentário sobre o Bhagavad-gita, ajudou a Gaudiya Matha em seu trabalho e em 1944, sem a ajuda de ninguém, deu início a uma revista quinzenal em inglês, redigindo-a, datilografando os manuscritos e revisando as provas. Ele próprio distribuía individualmente os exemplares gratuitamente e lutava para manter a publicação. Desde então, a revista chamada "Volta ao Supremo", continua sendo publicada ininterruptamente; agora no Ocidente seus discípulos continuam a publica-lá em mais de trinta línguas.

Reconhecendo a erudição filosófica e a devoção de Srila Prabhupada, a Sociedade Gaudiya Vaisnava honrou-o em 1947 com o título "Bhaktivedanta". Em 1950, aos 54 anos de idade, Srila Prabhupada retirou-se da vida de casado, adotando a ordem de vida retirada (Vanaprastha), a fim de dedicar mais tempo a seus estudos e escritos. Srila Prabhupada viajou para a cidade santa de Vrindavana, onde viveu de maneira humilde no templo medieval e histórico de Radha-Damodara. Dedicou-se ali durante vários anos a estudar profundamente e a escrever. Aceitou a ordem de vida renunciada (Sannyasa) em 1959.

Em Radha Damodara, Srila Prabhupada começou a trabalhar na obra prima de sua vida: uma tradução em muitos volumes, com comentários, dos dezoito mil versos do Srimad-Bhagavatam (Bhagavata-Purana). Escreveu também " Fácil Viagem a Outros Planetas". Após publicar três volumes do Bhagavatam, Srila Prabhupada foi para os Estados Unidos em 1965, a fim de cumprir a missão de seu mestre espiritual. Desde essa época, Sua Divina Graça escreveu mais de sessenta volumes de traduções, comentários e estudos sumários autorizados sobre os clássicos filosófico- religiosos da Índia.

Quando em 1965 chegou pela primeira vez à cidade de Nova Iorque num navio de carga, Srila Prabhupada não tinha praticamente um centavo. Foi só depois de quase um ano de muita dificuldade que ele fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna em julho de 1966. Antes de seu desaparecimento no dia 14 de novembro de 1977, ele orientou a Sociedade e viu-a desenvolver-se numa confederação mundial com mais de cem Asramas, escolas, templos, institutos e comunidades rurais.

Em 1968, Srila Prabhupada criou Nova Vrndavana, uma comunidade védica experimental nas colinas da Virgínia Ocidental. Inspirados pelo êxito de Nova Vrndavana, que se tornou próspera comunidade rural com mais de 168 alqueires, seus discípulos desde então têm fundado diversas comunidades semelhantes em todo mundo.

Em 1972, Sua Divina Graça introduziu o sistema védico de educação primária e secundária no Ocidente, ao fundar a primeira escola Gurukula nos Estados Unidos. Desde então, sob sua supervisão seus discípulos têm estabelecido escolas Gurukula no mundo inteiro, com o principal centro educacional estabelecido em Vrndavana, Índia.

Srila Prabhupada

Srila Prabhupada também inspirou a construção de vários centros culturais internacionais na Índia. O Centro em Sridhama Mayapura na Begala Ocidental é a área para uma cidade espiritual planejada, um projeto ambicioso cuja construção vai se estabelecer pela próxima década. Em Vrndavana, Índia, encontra-se o magnífico templo de Krshna e Balarama, a Casa Internacional de Hóspedes e o Monumento a Srila Prabhupada. Há também um grande centro educacional em Bombaim. Há planos para se estabelecer outros centros em uma dúzia de outros locais importantes do subcontinente indiano.

No entanto, a contribuição mais significativa de Srila Prabhupada são seus livros. Altamente respeitados pela comunidade acadêmica, dada a sua autoridade, profundidade e clareza, esses livos são adotados como livros didáticos normativos em numerosos cursos universitários. Os escritos de Srila Prabhupada têm sido traduzidos para trinta e cinco línguas. Estabelecida em 1972 exclusivamente para publicar as obras de Sua Divina Graça, a "Bhaktivedanta Book Trust" tornou-se assim a maior editora mundial de livros no campo da religião e da filosofia indianas.

Em apenas doze anos, apesar de sua idade avançada, Srila Prabhupada viajou pelo mundo quatorze vezes, dando conferências sobre a consciência de Krishna e ajudando seus discípulos na administração da Sociedade e no fomento de novos projetos.

Apesar de suas constantes viagens, Srila Prabhupada sempre escreveu prolificamente, e suas obras constituem verdadeira biblioteca de filosofia, religião e cultura védicas. "Srila Prabhupada não foi apenas outro erudito, guru, místico, professor de yoga ou instrutor de meditação oriental. Ele foi a corporificação de toda uma cultura, a qual implantou no Ocidente."

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Que é a ISKCON (Movimento Hare Krishna)?

 

ISKCON LogoA Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna, ou simplesmente ISKCON (International Society for Krishna Consciousness) é uma associação mundial de devotos do Senhor ou adeptos da bhakti-yoga, a ciência transcendental do serviço amoroso a Deus.

 

Esta sociedade foi fundada em 1966 por Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada (Shrila Prabhupada), devoto do Senhor que representa uma corrente ininterrupta de mestres espirituais, cuja origem remonta à época de Shri Krishna, há cerca de cinco mil anos. Desde então a ISKCON se tornou uma confederação mundial com uma congregação de 250 mil devotos, dez mil dos quais morando em templos.

 

Mais conhecida como Movimento Hare Krishna, a ISKCON é constituída por mais de 350 centros, 60 comunidades rurais, 50 escolas e 60 restaurantes no mundo todo.

 

A missão deste movimento não-sectário e monoteísta é promover o bem estar da sociedade ensinando a ciência da consciência de Krishna de acordo com o Bhagavad-gita e outras escrituras ancestrais.

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